O termo assemblage é incorporado às
artes em 1953, cunhado pelo pintor e gravador francês Jean Dubuffet (1901-1985)
para fazer referência a trabalhos que, segundo ele, "vão além das colagens". O princípio
que orienta a feitura de assemblages é a "estética da acumulação": todo e
qualquer tipo de material pode ser incorporado à obra de arte. O trabalho
artístico visa romper definitivamente as fronteiras entre arte e vida
cotidiana; ruptura já ensaiada pelo dadaísmo,
sobretudo pelo ready-made de Marcel Duchamp (1887-1968) e pelas obras
Merz (1919), de Kurt Schwitters (1887-1948). A idéia forte que ancora
as assemblages diz respeito à concepção de que os objetos díspares reunidos na
obra, ainda que produzam um novo conjunto, não perdem o sentido original. Menos
que síntese, trata-se de justaposição de elementos, em que é possível
identificar cada peça no interior do conjunto mais amplo. A referência de
Dubuffet às colagens não é casual. Nas artes visuais, a prática de articulação
de materiais diversos numa só obra leva a esse procedimento técnico específico,
que se incorpora à arte do século XX com ocubismo de Pablo
Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963). Ao abrigar no espaço do quadro
elementos retirados da realidade - pedaços de jornal, papéis de todo tipo,
tecidos, madeiras, objetos etc. -, a colagem liberta o artista de certas
limitações da superfície. A pintura passa a ser concebida como construção sobre
um suporte, o que pode dificultar o estabelecimento de fronteiras rígidas entre
pintura e escultura. Em 1961, a exposição The art of Assemblage, realizada no
Museum of Modern Art - MoMA de Nova York, reúne não apenas obras de Dubuffet,
mas também as combine paintings de Robert Rauschenberg (1925-2008) e a
junk sculpture, e isso leva a pensar que a assemblage como procedimento
passe a ser utilizada nas décadas de 1950 e 1960, na Europa e nos Estados
Unidos, por artistas muito diferentes entre si.
Na obra de Dubuffet, a ênfase recai sobre a matéria, desde as
Texturologias, produzidas em fins da década de 1950, que se
caracterizam, como o título indica, pelas texturas experimentadas com cores e
materiais diversos. Na seqüência, o artista caminha na direção das assemblages
pela incorporação de materiais não artísticos nas telas: areia, gesso, asas de
borboleta, resíduo industrial etc. Na Itália, Alberto Burri (1915-1995), autor
de pinturas e colagens, volta-se na década de 1950 para pesquisas semelhantes,
explorando as potencialidades expressivas da matéria com resultados distintos.
Os trabalhos são fruto do ato de soldar, costurar e colar sacos, madeiras,
papéis queimados, paus, latas e plásticos (Saco, 1953,
Combustões, 1957, e Ferros, 1958). Suas pesquisas com lixo e
sucata prefiguram a arte junk norte-americana e a arte povera italiana. Na
Espanha, a "pintura matérica" realizada por Antoni Tápies (1923-2012), no mesmo
período, utiliza cimento, argila, pó de mármore, materiais de refugo (restos de
papel, barbante e tecidos), partes de móveis velhos etc. Sua crença nas
possibilidades abertas pelo uso artístico de materiais cotidianos encontra-se
explicitada no ensaio Nada É Louco (1970). Nos Estados Unidos,
Rauschenberg denomina combine paintings as assemblages que começa a
ensaiar em 1951 pela aplicação de diversos materiais sobre a tela, sobretudo
papéis e materiais planos. A partir de 1953, o leque de elementos utilizado se
amplia (Bed, 1955, e Canyon, 1959). A abertura da pesquisa com
materiais remete às influências do músico John Cage, com quem aprende a
assimilar informações díspares do entorno, das cidades e da vida cotidiana. As
combine paintings de Rauschenberg propõem múltiplas associações e
leituras na medida em que não há temas predeterminados ou sentidos últimos que
organizem os conjuntos. Nessa medida, estão muito distantes dos experimentos surrealistas, que usam
a justaposição de materiais pela livre associação como chave de acesso ao
inconsciente. Leia este texto na integra em: "Itaú Cultural"
Pesquise e saiba mais sobre assemblage em: "Revista Nova Escola - Editora Abril"
Veja duas assemblages de Pablo Picasso.
Veja agora alguns trabalhos baseados nas assemblages.
Lembram da assemblage do professor?
Agora quero ver a imaginação de você funcionando!!
MÃOS A OBRA!!
Gosto muito desta arte. Inclusive faco quadros com varias pecas.
ResponderExcluirÓtimo 👏
ResponderExcluirFicou muito Legal!
ResponderExcluirMuito lindo 😻👏😻
ResponderExcluirEspetacular os alunos são criativos, inteligentes e c seguem realizarem otimos trabalhos
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